Chegamos a um estágio no futebol onde a cultura do "cavar" é obrigatória para os jogadores, e nem estou falando so daquele jogador que deixa o corpo para levar a falta, pois nesse caso ele levou a falta, ele apenas não fez questão se se livrar dela, dependendo da jogada pode ser bem mais útil uma falta do que dar seguimento na jogada.
Mas ontem ocorreu um fato que me chamou atenção, não pelo lance em si, mas pelos comentários que ouvi. No Gre-Nal válido pelas quartas-de-final do segundo turno do Gauchão, Nilmar sofreu um pênalti, no lance ele cai, e imediatamente se levanta e sai com a bola dominada em direção ao gol, e para quando ouve o apito indicando a falta, ou seja, o pênalti. Nem quero discutir o mérito da jogada, se foi ou não falta, isso não vem ao caso, o que eu acho errado é justificar que ele não sofreu a penalidade, por que se levantou imediatamente e não ficou rolando e fazendo aqueles gestos típicos de pedir falta, aquela choradeira que estamos acostumados... ou seja, não foi pênalti por que não reclamou?
Essa é a cultura com a qual estamos acostumados, de que o jogador tem que apitar o jogo, pedir tudo, cavar o tempo inteiro, exigir cartões, reclamar das marcações da arbitragem, e chegamos ao ponto de que quando o jogador não reclama é por que não foi, de tão natural que são as reclamações.
Outro tipo de lance que me irrita muito é quando o cara sofre (ou não) uma falta, e cai abraçando a bola, isso é claramente uma pressão no júiz, para que esse marque a infração, pois se não marcar ainda terá que marcar o toque de mão, deveria haver uma recomendação para dar cartão amarelo para todo o jogador que tocar a mão na bola antes de ouvir o apito, independente da falta ser ou não marcada.
Quem marcar ou não infrações é o trio de arbitragem, e não os jogadores, a esses cabe jogar (como Nilmar fez mesmo depois de cair na disputa com o zagueiro) e aos arbitros e auxiliares cabe assinalar o que acontece de errado.
Essa pseudo-malandragem dos jogadores já chegou ao extremo e não é punida, e quando não a fazem ainda criam desconfiança... "será que ele sofreu a falta? ele nem reclamou, nem segurou a bola?" Estamos sendo coniventes com o errado e desconfiando do certo.
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